terça-feira, 20 de outubro de 2009

[capítulo 6] Como todos foram parar no hospício!

Uma barreira de viaturas com luzes acesas impedia a passagem de Hannah, que sentia seu coração pular cada vez mais forte em seu peito.
A palpitação aumentava à medida em que Hannah se aproximava daquele aglomerado de pessoas, luzes e sirenes.Cada vez mais dispersa em suas lembranças, Hannah foi acordada por um grito:
- Hei você! A rodovia está interditada, só carros oficiais podem passar!
Deu a volta com o carro e comentou com um tom desesperado:
-Max o que eu faço?
-Não sei! Foi a resposta mais sensata a dar.
Max era observador demais para responder de sopetão e aquela situação exigia um olhar mais apurado e com toda certeza qualquer opinião seria precipitada.
Hannah e Max são donos de um pequeno jornal, que ainda não havia alcançado grandes índices de venda. Todos os jornais publicariam na manhã seguinte milhares de reportagens sobre o publicitário em ascensão Martin Vargas, mas o que Hannah e Max presenciaram ia muito além de um assalto que acabou em um grave acidente.
A agência de Martin funcionava em um prédio suntuoso,todo coberto com vidros espelhados. A Progress Publicidade tomava completamente o 15° andar, dividido em muitas alas e dezenas de pessoas circulavam diariamente por elas.A maior parte dessas alas era voltado ao setor de criação e fotografia que contavam com vários computadores e um verdadeiro arsenal de fotografia.
O ritmo de trabalho era realmente calmo, excepcionalmente no período das "vacas gordas" que era sempre muito atribulado. Nesse período centenas de empresas procuravam a Progress em busca de novas opções de campanhas.
Todas as salas tinham o mesmo tamanho, decoração parecida(escolhida por Martin, que nem sempre acertava), o gabinete de Martin era a maior sala do andar e a mais poluída também. Em frente ao seu gabinete ficava a mesa de Evelyn, a protegida do chefe, extremamente feliz com sua vida profissional e completamente infeliz em seu casamento.Evy estava feliz com seu emprego, que lhe rendia muito dinheiro em troca de pouco trabalho, já que realizar ligações e entregar layouts de campanhas para Martin era muito fácil.
Duas horas se passaram, Max e Hannah ainda discutiam o que deveriam fazer, presenciar o início de um sequestro causava um grande mal-estar, mesmo assim decidiram deixar somente o lado profissional agir.
Milhões de lembranças cintilavam e transitavam no cérebro de Martin como energia elétrica que corre nos fios. De um fôlego repentino Martin acordou, recobrando a consciência. Bipes gritavam em seus ouvidos e as luzes ofuscavam sua visão, sentia os eletrodos queimarem em seu peito, braços e cabeça eles o incomodavam da maneira mas insuportável que se pode imaginar. A sala tinha as paredes pintadas de um branco polar e cheirava a álcool.
Martin juntou todos os fios e os puxou de uma só vez, a consequencia desse ato foi o disparo de um alarme que o deixava tonto, imediatamente uma equipe médica invadiu a sala que esteve o tempo todo vigiada por um policial armado.
- O senhor não pode retirar os equipamentos de monitoração, uma enfermeira de meia idade e com a maquiagem carregada disse tentando parecer calma.
- Que droga!Atrapalhou meu lanche, disse um médico que numa mão trazia o desfibrilador e na outra um pão.[continua]

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